3 de outubro de 2010

DOLÊNCIAS

Eu fui cadáver, antes de viver!
Meu corpo, assim como o de Jesus Cristo,
Sofreu o que olhos de homem não têm visto
E olhos de fera não puderam ver!

Acostumei-me, assim, pois, a sofrer
E acostumado a assim sofrer existo...
Existo! - E apesar disto, apesar disto
Inda cadáver hei também de ser!

Quando eu morrer de novo, amigos, quando 
Eu, de saudades me despedaçando 
De novo, triste e sem cantar, morrer,

Nada se altere em sua marcha infinda
- O tamarindo reverdeça ainda,
A lua continue sempre a nascer!




Augusto dos Anjos

Um comentário:

  1. amei, me segue?
    bjs

    http://beautifulgirlsandgirls.blogspot.com/

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